quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Poder estéril

Porque é que as pessoas mais mesquinhas são as detentoras de maior poder?
Ou o poder torna-as mesquinhas?
Cansam-me estas pessoas que sem pudor escancaram "ordens expressas". O respeito não se adquire com autoritarismo. A autoridade adquire-se com o saber. O saber gera poder... Infelizmente o poder nem sempre gera saber. E são estas pessoas que estão supostamente acima de nós, montadas em estacas de madeira carcomidas por um bicho apelidado vaidade.
Estas pessoas despertam-me piedade e enfado. Talvez por isso esta profissão(*) seja um soluço, uma aprendiz que fica a um passo de ser perita. Onde estão os guias, os mentores? Onde estão as verdadeiras referências? Escondidas no anonimato?
(*) enfermagem

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Corações remendados...

Hmmm... quem me conhece achará irónico a associação "corações remendados" e um teclado de computador. Não foi intencional, porém... para quem acredita que não há coincidências... :)))

sábado, 23 de fevereiro de 2008

Bastidores do Fórum de Enfermagem




Nos passados dias 21 e 22 de Fevereiro, realizou-se no Hotel Villa Rica em Lisboa o 8º Fórum de Cuidados de Enfermagem do Hospital Curry Cabral.

Tive oportunidade de integrar a Comissão Científica e vivenciar uma caminhada enriquecedora em todo o processo da organização deste evento.

Não é costume neste espaço falarmos da área profissional, a não ser que seja para ventilar emoções...


Escolher um tema que seja actual, que espelhe o programa de dois dias, um desfilar de palavras que melhor gritem o que se pretende ouvir. O HOSPITAL E O CIDADÃO - Novas estratégias do cuidar. Um Hospital com olhar no futuro, atento ao que lhe dá sentido - o Cidadão- por sua vez mais exigente, com desejo de saborear as mudanças que lhe podem ser oferecidas face ao processo de saúde/doença, respeitando cada vez mais o pouco tempo que se tem, valorizando o contexto sócio-profissional e familiar de cada pessoa.

Ao longo de dois dias partilharam-se verdadeiramente novas estratégias do cuidar, reais, ao dispor dos utentes. Passos de gigante em torno do doente crónico, no que se refere aos cuidados de enfermagem. O orgulho de quem cuida, a certeza que ainda há muito que fica por fazer. Revela-se o que se tem e é com sentido que levamos as mãos um pouco mais cheias. A cirurgia de ambulatório, onde não posso esconder a comunhão com as pessoas que partilharam o que se faz e vive neste serviço, a verdade, o ser o que mais se gosta: enfermeiro. O caminho percorrido na área de transplantação, cujo destino será uma autonomia do doente perante o novo desafio.

Enquanto numa sala decorriam estas apresentações, na sala ao lado estavam expostos os posteres que em silêncio revelavam o cuidar em enfermagem, em diversas áreas. A Comissão Científica reuniu-se ao longo de meses, no sentido de conhecer os posteres e seus conteúdos, de sugerir alguns ajustes necessários. Foram ouvidos 23 enfermeiros que tanto se empenharam na realização dos mesmos, entre as 16h30 e as 17h30 do primeiro dia. Quando se acredita no que faz, sabendo que uma gota pode ser um oceano, o resultado só pode brilhar. Após descer o pano lá ficou a comissão reunida, entre grelhas bastante rasuradas, e uma espécie de cansaço adocicado, por tudo ter corrido bem. Após a decisão, comemos bananas como se o amanhã tardasse em chegar...

Paralelamente também faço parte do grupo redactorial da revista da Associação de Enfermagem do Hospital Curry Cabral - Ryalidades, cujo lançamento seria nestes dois dias. Tendo em conta o curto espaço de tempo que se teve para organizar os artigos, considero, mais uma vez que "o acreditar" tem de ser constante, envolto de sentido, de trabalho de equipa, assim é possivel. E lá estava a revista a dançar de mão em mão, revelada...

O segundo dia decorreu muito bem, ficam momentos de partilha e reflexão, que nos permitem questionar para onde queremos ir. Não posso deixar ainda de partilhar o quão gratificante foi, após 8 anos de terminar o curso, estar a trabalhar ao lado da professora Emília Brito e poder mais uma vez ouvir o Prof. João Silva. Foram pilares da minha formação e é com carinho que os nossos caminhos se cruzam.

Mais uma vez o decidir, perante as comunicações livres. E ainda 3 prémios para as pessoas resistentes no balanço de dois dias que, fora de horas, ainda estavam na sala.

O desempacotar e agora empacotar o que restou. Na bagagem vai a plenitude da partilha.







quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Em leitura...

Acabei. Terminei. Conclui. Findei. Finalizei. Arrematei. Desfechei. Rematei. Despachei. Completei...

Passado muito tempo conquistei a última página de "Uma Casa na Escuridão"

O José Luís Peixoto avisou-me, no ano passado na feira do livro, quando tive o prazer de falar com ele. Ele desabafou-me: "Epá, esse é o pior, o mais pesado!!!" Vindo do próprio autor, devia ter levado em consideração mas fui forte e não desisti. Confirmo, é pesado. Gostei mas houve alturas em que realmente senti o peso obsidiante das imagens quase macabras, as palavras sufocantes numa leitura DPCO... mas gostei. Até da parte em que os personagens iniciam um processo de decomposição. Literal. Corpos a apodrecerem... algo me fez voar para o universo dos filmes zombie. Aconselho. Mas com moderação e não a fracos de estômago... ou de espírito.


E como a minha mente é dada à aparente ambiguidade melancolia/inquietação, voltei a pegar no Nandinho




terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Frase do dia...

"A esperança é um bom almoço mas um mau jantar" Francis Bacon



Isto daria horas de conversa com a minha amiga Vanda...Quem sabe na dela ou na minha vivenda geminada, com os pés mergulhados na piscina claro!



Parabéns Avó Conceição

A minha avó paterna fez 79 anos.
Ninguém tem 79 anos.

Fiz-lhe uma pregadeira com uma avozinha muito gira (modéstia à parte!) mas não posso mostrar-vos. A máquina fotográfica está por arranjar (João!!! ouve o meu apelo...) e quem a registou em fotografia foi o meu pai, rendido às maravilhas da foto digital mas sem pc para descarregar as imagens. Enfim... uma inovação de cada vez porque o meu pai é doutra era!

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

NAMOREM!!!

Desengane-se quem pense que iria falar mal do dia de S.Valentim, reduzindo-o a uma orgia consumista, plástica ou felpuda, repleta de futilidades made in China e frases douradas em postais com cães e ursos sorridentes...
Namorar é óptimo e se designaram um dia para o celebrar, assim seja. Há dias mundiais para o mais ínfimo e absurdo detalhe... pois o namoro também tem direito ao seu dia.
De S. Valentim é que não teço comentários. Não sei quem foi nem me apeteceu pesquisar a sua vida na wikipédia... não o acho relevante, como aliás, a nenhum santo mas esse é outro post.
Namorar é bom! Eu mesmo namoraria... se tivesse namorado, condição sine qua non para o namoro propriamente dito.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

Mãozinhas de fada... ou bruxa!? (Gosto mais de bruxas...)

Algumas peças da minha autoria... será caso para dizer, ainda bem que foste para enfermagem? :)))














segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Parabéns... João Ratão


Bons tempos aqueles em que fazíamos rap com o vinil do discurso do Papa...

27... só já falta um ano pro alinhamento dos chakras. Até lá, vive a 100%... e podes ir começando por alinhar o teu quarto :))))

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

Parabéns Josélia!

Quando a caminhada faz sentido tudo o que se colhe é necessariamente fantástico.
Sempre senti que as pessoas que se cruzam connosco, que por momentos tocam as nossas vidas, nos ensinam sempre algo de fundamental, contribuindo para nos tornarmos seres mais completos.
A mudança de contexto profissional levou-me até ti...Como enfermeira. Desde o primeiro momento em que te vi senti que a minha vida mudaria, sobretudo "o sentido da vida". É como se a minha vida desde esse momento nunca mais pudesse ser uma tela em branco, há tanta vida sempre por colher e por pintar.
Consigo, desde que tocaste a minha vida, relativizar mais os meus momentos menos bons, pois a tua luta diária espelha paz, que toca o coração e o acarinha. Nos teus momentos menos bons pude receber as tuas lágrimas e em alguns turnos nocturnos pegar-te na mão até adormeceres.
E quando na minha vida se fecharam muitas portas, o universo conspirou e abriu-me uma janela...escancarou-a, até que por fim eu pudesse mesmo espreitar e abraçar.


Bela festa hoje...Lara Li, Palhaço a rigor, as pessoas que amas, as pessoas da luta diária (Cristina, Inês, Manuela, Ulema ....) que como fadas sem varinha tornam tudo possível e especial, com as quais tenho saudades de trabalhar. Sinto-as de outra forma hoje.

Foi um privilégio cuidar de ti enquanto enfermeira, é hoje um privilégio admirar-te como mulher e uma benção amar-te quase como mãe, quase sem falar, só olhando.



P.S. O Afonso terá de certeza um orgulho imenso em ler o teu livro!




quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

O Lado Selvagem

Aqui se fala de um homem que se revolta com a hipocrisia da sociedade e empreende uma viagem ao mais básico e instintivo, ao duelo de si contra si num cenário de Natureza crua e dura, sem os adornos do palco montado pelos humanos.

Um homem que acredita que a felicidade provém da simples experiência sensorial de estar vivo. Um homem que busca o isolamento para se encontrar, a verdade que subsiste ao ser que se priva da futilidade, satisfazendo unicamente as necessidades básicas.

Into the Wild conta-nos de um homem que tenta provar um pressuposto mas confirma precisamente o contrário. "A verdadeira felicidade é a partilhada".

O homem é um ser instintivamente social. Valida-se enquanto ser para alguém. Ao longo do filme o protagonista vive uma série de encontros enriquecedores, presságios da conclusão a que chega só no final.

Motivado por uma vivência de dor e cinismo, desenquadrado da matriz onde cresceu, Alex parte em busca da "verdade" no despojamento, na tentativa de resgatar a sua humanidade.

Alexander SuperTramp, auto-proclamado... morre quando encontra a resposta. Ser para os outros, ser com os outros... aí está o segredo da felicidade. E a verdade do amor.



Into the Wild, bela película adaptada do livro de Jon Krakauer com o mesmo nome, baseada na estória de Christopher McCandless. Palavras escassas mas intencionais. Sensíveis mas despretensiosas interpretações. Banda sonora inspiradora (Eddie Vedder).


Nota: Alguns espectadores desistiram ao intervalo. Certamente estavam à espera de uma versão campestre do "Saw" ou um "The Fast and the Furious - Alaska Drift"... Uiii, má lingua!

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

Buzzomaníacos

Olá...Eu sou a Vanada e joguei Buzz há 2 semanas e desde aí que não penso noutra coisa...Tenho insónias!
Oi! Sou o Bruno, o dealer do buzz, lamento estragar a vida ao pessoal mas eu gosto de partilhar o produto.
Bem, sou o André...Desde que naquela tarde de sábado, os meus dedos tocaram os botões do dito....que teclo o dia inteiro em vão...azul...verde...amarelo....vermelho...

terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

Ainda sobre o telefonema....


Crónica de Ricardo Araújo Pereira (Boca do Inferno, Revista Visão)
"Instituto Nacional de Displicência Médica
A chamada telefónica entre o INEM e os Bombeiros de Favaios, que veio a público esta semana, pode ter um efeito muito positivo no sistema de saúde português. Duvido que aqueles idiotas que se divertem a fazer chamadas falsas para o número de emergência voltem a tentar a gracinha. Aquele telefonema mostrou que há gente que consegue fazer chamadas muito mais engraçadas – e nem sequer estavam a tentar ter piada. Se tiverem vergonha, os adeptos das brincadeiras de mau gosto nunca mais farão um telefonema para o 112. Vamos todos poupar tempo.
Quanto ao telefonema propriamente dito, tenho um reparo a fazer: julgo que é urgente que as urgências passem a ser urgentes. Não sei se faz sentido, mas é uma convicção minha. É certo que o sinistrado, aparentemente, já estava morto, mas se todas as comunicações urgentes forem feitas com a mesma calma, quando a ajuda chegar ao local encontrará sempre o sinistrado morto, nem que seja de velhice. Conheço gente em Favaios que, à cautela, vai começar a ligar para o número de emergência em Março, a ver se os bombeiros aparecem a tempo dos incêndios, no Verão.
Por outro lado, há que reconhecer as dificuldades por que passam aqueles profissionais. Uma pessoa ouve o telefonema e fica sem saber qual das vítimas precisa de ser acudida mais rapidamente. A verdade é que há ali demasiadas vítimas. Só naquela chamada, eu contei três. O morto propriamente dito, a senhora do INEM, e o bombeiro de Favaios. O morto, coitado, é a vítima mais evidente, mas talvez não a maior. A senhora do INEM também sofre, e ninguém pode duvidar de que estamos na presença de uma vítima quando é ela mesma quem repete «Estou lixada», ao longo do telefonema. Quanto ao bombeiro, basta ouvir-lhe a voz para perceber que se trata de um desgraçado. Talvez não haja vítima maior que ele, nesta história. Está sozinho e querem obrigá-lo a ir buscar um morto, a meio da noite, a um sítio chamado Castedo. «Então agora o que é que eu faço?», pergunta o pobre. «Quem é que eu vou chamar agora?» O defunto faleceu e a senhora do INEM, a fazer fé no seu próprio testemunho, lixou-se. São factos. Mas angústia a sério sofreu o bombeiro. Se houvesse bom senso, a senhora do INEM tinha chamado os bombeiros de Alijó para irem salvar o bombeiro de Favaios. Mas o mais provável é que eles também não tivessem meios para isso."

sábado, 2 de fevereiro de 2008

Há dias de sorte

Ainda não fecharam os cemitários mas a lotação está quase esgotada... Já é uma sorte arranjar uma gaveta! É por isso que eu quero ser "cromada"... Ou então em banho de bronze...