terça-feira, 29 de abril de 2008

180 graus

Afinal já não há obras...

segunda-feira, 28 de abril de 2008

tsunami

calma... como o mar imediatamente antes de um tsunami

sábado, 26 de abril de 2008

"A Liberdade é a Possibilidade do Isolamento"

Porque dela se fala e com um dia de atraso:
Um conceito de liberdade...



A liberdade é a possibilidade do isolamento. És livre se podes afastar-te dos homens, sem que te obrigue a procurá-los a necessidade do dinheiro, ou a necessidade gregária, ou o amor, ou a glória, ou a curiosidade, que no silêncio e na solidão não podem ter alimento. Se te é impossível viver só, nasceste escravo. Podes ter todas as grandezas do espírito, todas da alma: és um escravo nobre, ou um servo inteligente: não és livre. E não está contigo a tragédia, porque a tragédia de nasceres assim não é contigo, mas do Destino para si somente. Ai de ti, porém, se a opressão da vida, ela própria, te força a seres escravo. Ai de ti, se, tendo nascido liberto, capaz de te bastares e de te separares, a penúria te força a conviveres. Essa sim, é a tua tragédia, e a que trazes contigo. Nascer liberto é a maior grandeza do homem, o que faz o ermitão humilde superior aos reis, e aos deuses mesmo, que se bastam pela força, mas não pelo desprezo dela.

Fernando Pessoa, in 'Livro do Desassossego'

sexta-feira, 25 de abril de 2008

Damien Rice - Cannonball

Em dias de menos coragem... é preciso continuar...

sábado, 19 de abril de 2008

A verdadeira conquista médica de Egas Moniz

Hoje em dia fala-se muito de "Dependências". É um tema recorrente nos media, em congressos, seminários, jornadas, encontros... e toda a espécie de eventos em que se juntam umas quantas pessoas para ouvirem outras falar sobre um assunto. As primeiras ocupam-se mais de bichanar com o vizinho do lado e comentar o conteúdo da pasta oferecida. As segundas muito focadas em cumprir o seu papel linearmente, impulsionadas pelo ganho curricular da sua iniciativa. Agora aqui que ninguém nos ouve, quantas apresentações são verdadeiramente interessantes? Quantas vão um pouco mais além do que chegar à frente de uma audiência e ler um texto que se escreveu em tom monocórdico e para nosso gáudio ir passando no datashow umas fotos com a natureza fantástica da sua terra natal... Ainda bem que temos as pastas. Um conselho aos tímidos: ir a congressos com companhia para bichanar à vontade, não vá ter-se sentado ao lado do único espectador que está realmente a ouvir a comunicação.

É claro que as sessões científicas não são sempre assim. Ocasionalmente aparecem temas relevantes ou prelectores que sabem o que significa falar em público. Bem, a minha má-língua já me fez divagar...



Dependências: um tema contemporâneo. Dependência da droga, do álcool, do tabaco, do jogo, de sexo, de compras, emocional... nem sempre o termo é bem aplicado. Na "Dependência" o organismo só funciona "normalmente" com a presença da substância em causa. É um fenómeno muito mais fisiológico, com alterações genéticas e moleculares a nível neuronal em que o cérebro reage para manter a homeostase. Ou seja, implica a existência de Tolerância e Síndrome de Abstinência. Alguém se lembra do Trainspotting?
Importa então introduzir outro conceito: "Adicção". A Adicção é um comportamento compulsivo mesmo quando conhecemos as consequências nefastas. Há uma diminuição da capacidade inibitória do centro de tomada de decisões - cortex frontal - conduzindo à perda de controle e à opção pelo que proporciona um prazer imediato.

Está tudo dito...

Uma grande ovação ao Sr. Dr. Egas Moniz pela proposta da lobotomia frontal. Ele sabia do que falava quando é preciso remendar corações partidos.

Conheço uma pessoa que vai tentar primeiro a psicoterapia de grupo (de amigos...) mas se não resultar: consulta de neurocirurgia!

quarta-feira, 16 de abril de 2008

Positivo ou Negativo

Fui buscar o resultado das minhas análises de rotina. Estou bem, a quem interessar o estado da minha saúde (física!) e apta a continuar as deambulações neste Bocado de Noz.
Abri o envelope e fui directa à última página, aquela onde estão os marcadores virais - hepatites e hivs. Nervosa, o coração acelerou uns quantos batimentos. Hesitei um segundo em que os vários cenários invadiram o meu consciente... Respirei de alívio, agradeci a Deus mesmo sendo agnóstica, saudei o meu anjo da guarda pois caso exista merece um olá, pisquei o olho apontado ao céu para que a alma da minha mãe - numa interpretação platónica do além - continue a interceder por mim junto de uma meta-autoridade superior, nem que seja vencida pelo cansaço (a protecção de uma mãe ultrapassa qualquer poder sobrenatural!)
Racionalmente sabia que a hipótese de uma notícia nefasta era remota, mas desafio qualquer pessoa a fazer o teste. Com maior ou menos propensão para comportamentos ditos de risco, o fantasma da SIDA ganhou lugar cativo dentro de nós (mais que o da Hepatite B ou C, de transmissão mais ampla e grande morbilidade).

Imagino a angústia de quem sabe que pisou o risco... o segundo de hesitação mais longo do mundo. Desmistifiquemos o tema: um HIV bem controlado pode ter o comportamento de uma outra doença crónica e o portador vir a morrer de atropelamento na 24 de Julho por um taxista embriagado, passe o preconceito... desta feita contra os taxistas!
Mas há o medo! Há sempre a dúvida insidiosa, instilando um veneno que nos faz tremer as mãos ao abrir o envelope. E se... Uma palavra contendo todo o peso de uma guilhotina, despertando o horror mais primordial, thanatos...

Falemos também do estigma, a ideia de estar associada a uma falha no carácter, a um comportamento socialmente reprovável. Ao duplo sofrimento por ser doente e recear ser apontado, colocado à margem ou enclausurar-se entre paredes de silêncio e contactos assépticos, votado a uma existência mascarada.
E o não saber?
E o suspeitar mas não querer confirmar?
E o saber mas não querer aceitar? Na esperança que seja um pesadelo, incorpóreo, fictício... Quantos destes deambulam entre nós, assassinos íntimos cruzando as nossas vidas.

Testem-se. Ah... e tão ou mais importante: PROTEJAM-SE!!!

Links (copiados do site da Abraço http://www.abraco.org.pt/)

terça-feira, 15 de abril de 2008

David Fonseca - Video Killed The Radio Star + The 80's

Concerto...um desfolhar de surpresas...

domingo, 13 de abril de 2008

às páginas tantas...

Virar a página. Dito assim parece fácil, um acto mecânico. O cérebro envia impulsos ao braço e mão, o roçar característico das páginas, os olhos buscam instintivamente o canto superior esquerdo. Fácil...

Nem tanto, quando já se prevê, ao voltar então a página, um categórico "FIM", depois de um enredo que nos absorveu, nos fez ultrapassar as rotinas do dia com a promessa de mais emoções em estado escrito. Prolongamos o último parágrafo até à exaustão. Soletramos cada letra, repetimos a mesma frase com a desculpa de procurar um segundo sentido. Adiamos para amanhã o voltar da página, tapando o sol com uma peneira. A mesma luz que à transparência das folhas deixa antever o "FIM". Súbito, hitchcockiano, insatisfeito...

A seguir vêm páginas em branco... Imaculadas como a esperança. Quantas mais riscamos com gatafunhos absurdos, mais surgem do nada. Por cada uma rasgada e jogada fora, duas novas a engrossar o caderno.

Vencidos pelo esforço daquele último parágrafo, secos de imagens que falham na tradução para palavras, observamos inertes o espaço em branco. Paralizados pela magnitude do branco, pela pressão de corromper o branco porque é demasiado belo face aos dias cinzentos em que nos movemos confortáveis.

Podemos voltar atrás, dois ou três capítulos atrás, refugiarmo-nos no conforto de perguntas de respostas feitas, de lágrimas que sabemos irem secar... E sofrer duas vezes, três vezes mais com o fantasma omnipresente do "FIM" colado a cada linha. Voltar atrás... perdurar num parágrafo estéril, num subterfúgio inútil? Às vezes é mesmo preciso chegar à beira do abismo e dar um passo em frente. Voltar a página.

sexta-feira, 11 de abril de 2008

Felicidade utópica

Vivemos num mundo de momentos de felicidade fugazes, desejosos de os colocar dentro de uma caixinha que transportamos diariamente para todo o lado... Como se se tratasse de um rastilho que se desejasse manter infinitamente. Que desejo vão o nosso... O poder do rastilho é saber exactamente que acaba. Porque não conseguimos admitir que depois da subida, vem a descida. Que depois de uma espiral de maus momentos vem uma lufadazinha de felicidade. Acho mesmo que o que é mau existe para nos lembrar de saborear o que é bom, mesmo que venha só por um instante, mesmo que dure muito pouco, mesmo que corresponda àquele instante em que o sol se esconde no horizonte.

segunda-feira, 7 de abril de 2008

As maravilhas da construção civil



Hoje fui ver azulejos e pavimentos e revestimentos e etc... às vezes faz falta voltar às bases para construir algo novo.
Só não fui aos alicerces porque me falta o curso de arquitectura... mas curiosa como sou já andei a vasculhar as plantas. Como diz o meu irmão: "Tás sempre a inventar!"

David Fonseca - I See the World Through You (Live)

Em dias de fuga...

domingo, 6 de abril de 2008

Todos iguais

a Teresa chora
o Zé bloqueia
a Luisa foge
a Rita grita
o Tiago gagueja
a Inês ataca
o Manel ignora
o Pedro respira fundo
a Célia planeia
a Mafalda explode
...

sexta-feira, 4 de abril de 2008


Deixo a porta aberta mas se vieres... não tragas bagagem. Entra despido de medos, dúvidas ou expectativas. Entra só como és... Caso contrário, não passes sequer do portão de ferro gasto.

10-0

Visitas vs. Comentários



Admitindo que metade dos visitantes vieram cá parar por engano, sobra muita opinião, sugestão e críticas para dar. Mostrem-se...