De regresso ao presente...
No dia 24 de Dezembro recebi um presente envenenado: a fractura do meu braço esquerdo. Também gostei muito do desentupidor de canos com que a minha avó me presenteou, donde se pode intuir a origem da minha veia irónica. Mas o braço partido foi sem dúvida a piéce de resistence do meu Natal. Prognóstico: 6 semanas com gesso e incapacidade absoluta para o trabalho. Entrei nas fases de luto da Kubler-Ross, embora estas se reportem ao processo de morrer e a fractura do rádio não costume ser fatal. Neguei - pensei que era uma luxação. Negociei - se não fizer muito esforço isto passa. Raiva - porquê? porquê? porquê? Aceitei o veredicto de inutil social e finalmente entrei em depressão... (geralmente não deve acabar assim o percurso mas foi o que se arranjou). O que fazer durante 6 longas semanas? O excesso de tempo para quem nunca tem tempo pode ser embriagante e paralisador...
Resolvi investir na cultura... Neste mês tive o previlégio de assistir:
Ballet "Lago dos Cisnes" pela Companhia Nacional de Bailado... Não sei porquê mas estava convencida que o cisne encontrava a morte no seu gélido lago, todavia foi mais um final feliz.
Exposição de pintura "Amadeu de Souza Cardoso" - Gulbenkian (sim... eu também estive lá mas não esperei 3 horas nas filas... vantagens de se pertencer à aristocracia!)
Cinema... MUITO!!! Andei a fazer a ronda dos óscares: "Babel", "A Rainha"... recuso ir ver Clint Eastwood, desculpem os fãs. Aconselho um eterno esquecido: um divertido "Scoop" de Woody Allen. E como a magia caiu no goto de Hollywood este Inverno, também espreitei "O Ilusionista" (foi por causa do Ed Norton, confesso!) e "The Prestige"... giros mas não mais que isso. O meu preferido é mesmo "The Departed" ou não tivesse mafiosos envolvidos, porém tem sempre aquele pormenor que o torna alérgico ao galardão: Scorcese!
Acabei algumas leituras menores que me andavam a apoquentar e peguei novamente em Rilke, perfeitamente coerente com o meu estado de espírito... embora "As cartas a um jovem poeta" não tenham a carga trágico-existencial habitual do autor. A seguir está na calha José Luis Peixoto... estou ansiosa!
Tudo isto regado com muita música. Nenhum concerto a registar, fico a aguardar por Maio e os Bloc Party mas por ora a deleitar-me com o novo registo de Damien Rice e a revisitar José Gonzaléz... Heartbeats (Veneer)Lindo!!!!!!
É caso para se dizer "que felicidade partir um osso"... É pena ter partido (metaforicamente) outra estrutura anatómica! Mas também esta cicatriza...
I can see clearly now the rain is gone
I can see all obstacles in my way
Gone are the dark clouds that had me blind
It's gonna be a bright (bright)
Bright (bright) sunshining day
It's gonna be a bright (bright)
Bright (bright) sunshining day
Oh yes, I can make it now the pain is gone
All of the bad feelings have disappeared
Here is the rainbow I've been praying for
It's gonna be a bright (bright)
Bright (bright) sunshining day
(ooh...)Look all around,
There's nothing but blue skies
Look straight ahead,
There's nothing but blue skies
I can see clearly now the rain is gone
It's gonna be a bright (bright)
It's gonna be a bright sunshine day
It's gonna be a sunshine, sunshine day
It's gonna be a sunshine, sunshine day
It's gonna be a bright sunshine day
(...)
(...)
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