domingo, 29 de julho de 2007

Pós Férias

Pois bem...voaram.


Gosto do sabor que tem viajar (embora não tenha sido para muito longe...). O desconhecido tem sempre um sabor agridoce, locais não tão novos assim, alguns já conquistados, revividos, renovados. Uma areia mais ou menos fina, que facilita mais ou menos o caminho. O primeiro toque na areia do meu filho, a descoberta...O lamber da pele por estar salgada e o sorriso do depois.


Depois, o cheiro perfumado da seara, a emoldurar mais uma semana. O mar por perto para navegar nas ondas do ontem e do agora. Numa fuga à capital, a melodia com cheiro depressivo, mas apaziguador, uma voz que nos ancorou a ela. O regresso...o vazio que fica pelo que se deixa, a Bruna a ladrar no seu cumprimento tão honesto, a hospitalidade de um casal fantástico, guardiões de um pedaço de paraíso com cheiro a alecrim e som de cigarra.




quarta-feira, 18 de julho de 2007

Uma questão técnica


Será possível fazer turn on sem primeiro ter feito switch off ?




sábado, 14 de julho de 2007

SBSR (para terminar)... até porque a vida continuou depois disso :(

... e porque três imagens valem mais que três mil palavras, poupo-me no latim!




Pro ano há mais!!!

sexta-feira, 13 de julho de 2007

SBSR... as primeiras fotos


terça-feira, 10 de julho de 2007

My Kryptonite

Para quem não sabe, sou detentora de uma super-força que geralmente se manifesta aos olhos dos mais atentos e com relativa frequência. Amiúde, vá... isto porque gosto da palavra, especialmente porque muitos não a conhecem e eu tenho o delírio da grandeza intelectual, ou em linguagem corrente: mania da esperteza!


Entre os meus super-poderes contam-se:
1) Humor, porque não me levo demasiado a sério. Rio com gosto das minhas fraquezas, manias e palermices (e não são poucas!);
2) Tolerância, porque tento não atirar a primeira pedra quando me cruzo com alternativas formas de pensar e agir;
3) Resiliência, porque trambolhões dados, lágrimas choradas, feridas saradas... tento reerguer-me das cinzas como uma fénix (embora um pouco mais perra...);
4) Criatividade, porque chegando a becos sem saída, procuro meios de transpôr os muros para não ter de voltar atrás;
5) Esperança, porque sem ela de que nos vale respirar? Interesso-me pela VIDA não pela sobrevivência.
Mas... e trata-se de um grande MAS... como qualquer super-herói sou vulnerável. Eis a minha kryptonite: EU MESMA!

terça-feira, 3 de julho de 2007

Feira de antiguidades

Ainda a propósito do SBSR - prometo fotos em breve mas preciso de ler as instruções do telemóvel! - e do mui aclamado concerto dos Metallica, vejam só o que desencantei numa caixa refundida no armário... Uma ressalva, foi escrito em 93, logo, com uns imberbes 16 anitos e na sequência do primeiríssimo concerto a que assisti... ainda por cima eram feios, maus e ruidosos (dizia a minha mãezinha!).


"NOSSO MUNDO, NOSSA MUSICA

É sempre o mesmo som. Os mesmos acordes gritados na corda de uma guitarra. A mesma vontade louca de ser louco, porque a música nos chama, nos encanta e nos enfeitiça.

É sempre o mesmo tom. As mesmas vozes sussurradas a muitos decibéis de potência. A mesma vontade louca de soprá-las ao vento, que nos ouve. De fazer entrar por aquelas cabeças dentro as palavras proibidas. Tudo porque esta música nos chama, nos ecoa ferozmente nos ouvidos, como se tudo o mais não existisse.

É sempre a mesma paixão. O mesmo amor obsessivo por melodias harmoniosas, tornadas ruído no vocabulário obsoleto e restrito daqueles. É esse calor que nos invade, essa energia que nos consome, a eterna aliança impossível entre o senso comum e a ferocidade dos sons metálicos.

És sempre tu, nós e os loucos seguidores deste som. Lutando contra eles. Os que nada mais fazem do que levantar a voz e nos alvejar com falsas moralidades. Que nos ferem e magoam com a sua insistente e cega incompreensão. E se quando nos olham ficam chocados e têm medo e nojo de nós, a culpa é só sua. Porque fazem de nós marginais, rotulam-nos de lixo, excrementos de uma sociedade corrompida. Somos a escumalha, as almas perdidas! Comuns humanos tornados malditos… Isto perante os seus olhos porque para nós somos os mesmos. Continuamos a ser sangue e carne e alma. E não importa que falem assim de nós, sem saberem o que dizem. Porque sucumbimos à crença firme deste culto subterrâneo, renegado para a obscuridade. Porque este estado de alma é mais importante para nós que qualquer calúnia inventada.

Eles temem, eu sei, que nos transformemos tentados pelas vidas desregradas dos nossos ídolos. Pensam que nos perdem, que nos perdemos, ignorando que só nos marginalizando isso pode acontecer.

É sempre o mesmo ritmo. O mesmo ardor agudo nos olhos que nos obriga a cerrá-los, tentados por lágrimas de comoção. Porque esta música nos consola e nos despedaça. Porque desperta em nós a amarga ilusão de pertencermos a outro mundo, que não a este covil dogmático, mesquinho e asfixiante. A mesma vontade louca de balançar o corpo a um ritmo alucinante. Até a dor física nos desabitar. Até toda a dor se libertar de nós e se despenhar no abismo das emoções positivas.

É sempre o mesmo ritual. A tradicional ideia de que pertencer ao grupo mais temido e odiado dá estilo e faz de ti um indivíduo que no fundo não receiam, mas invejam. É sentirmo-nos protegidos e desculpados, quando caminhamos no fio da navalha, nos carris de um comboio que se aproxima. É sentirmo-nos o máximo, mesmo quando somos só nós e isso apenas ou tudo isso.

É sempre o mesmo som, o mesmo tom, a mesma paixão, o mesmo ritmo, tu e eu, nós os loucos, um ritual e aquela vontade louca de nos sentirmos, efemeramente, loucos.

16.06.1993 – Estádio José de Alvalade"


Já na adolescência tinha tendência para o melodramático... Apre!

domingo, 1 de julho de 2007

28...o eléctrico



Pois é... Apanhei o eléctrico 28. O da vida...Da Graça aos Prazeres da vida. Aquele que nem sempre pára em todas as paragens, aquele cujo percurso demora um pouco mais de uma hora. Aquele de onde construo um castelo, em vez de o avistar. Dias em que as ruas se estreitam entre colinas, para eu passar...nem tudo são ruas largas e rectas. Ergo a cabeça de encontro ao vento e posso ver uma estrela a guiar.

Encontro amigos ao entrar e ao sair do eléctrico. Encontro-me com eles na primeira paragem, sinto o seu calor e o cheiro a churrasco, alimento a alma muito mais que o corpo...Sorrio a essa comunhão de cores, amarelo e azul, sol e mar, terra e céu. E ao fechar as mãos, cores que estão plenas de luz, dessa réstia de final de dia, sempre serena. Obrigado, tenho bilhete por um ano, vou usá-lo o melhor que sei.