segunda-feira, 30 de abril de 2007
9 meses
9 meses,
...antes de ser e depois de nascer.
...a germinar para depois dar flor.
...sem te ver para irradiares luz e amor.
É o fim de um ciclo, 9 meses para nascer e 9 meses para crescer.
9 meses a apostar, sem te ver, sem te cheirar, só a sentir-te.
9 meses de luta, um dia de luz.
9 meses da tua luta para poderes: morder, olhar, sentar, sorrir, segurar, comer, andar, abraçar...e a luta continua, para abraçares o mundo e a vida.
Sorris muito, alimentas a alma, é a engrenagem para a caminhada.
Tocar-te agora fora de mim em vez de seres tu a tocar-me dentro de mim.
Obrigado por em cada dia me fazeres mais feliz.
quinta-feira, 26 de abril de 2007
Manifesto
Não me submeto ao jugo da frustração
Não me entrego às esperas exasperantes
Não me dobro na curva do tempo tirânico
Não me sujeito ao determinismo de um suposto destino
Não me reduzo a um corpo desconfortável
Não me abandono à solidão dos beijos não dados
Não me empresto ao optimismo incontinente
Não me renuncio mesmo que esteja só contra moinhos de vento
Não me conformo com a felicidade esteriotipada
Não me abalo com os acasos fabricados
Não me defiro de escolher o caminho
Não me esgoto nos passos que a nenhum lugar me levam
Não me consumo com as adversidades que me beijam
Não me corrompo com um talvez
... porque eu não me rendo!
quarta-feira, 25 de abril de 2007
Zeca Afonso - 20 anos depois
Em jeito de homenagem...
Porque o 25 de Abril ecoa o seu nome e a sua obra.
sábado, 21 de abril de 2007
Horas...
Quando tudo o que esbarra, são pedaços, metades, copos meio-cheios, mãos demasiado abertas, folhas ao vento, barcos sem bússolas, restam horas...
Nesta meia luz apodera-se a verdade sem rodeios, grava no peito o medo que depois de ver, reste o ser, na sua plenitude, onde se rasga a máscara e se grita o que desarma cá dentro. Abraço no vazio, a agarrar o vento que te leva longe, e te traz embrulhado em madrugada, já sem cheiro, corres com a espuma da areia e com tudo no lugar, livre, ÉS.
quarta-feira, 18 de abril de 2007
Björk - Jóga
Tenho a sensação que vivo urgentemente. Tenho sempre pressa de atingir um fim ou de chegar a algum lugar. Se as horas demoram aborreço-me... Se os dias não me acompanham fico frustrada. Às vezes penso que seria capaz de comemorar a entrada do ano novo na Austrália sentada no meu sofá.
Porquê? Porque sinto que a vida se esgota sem que possa usufruir plenamente dela? Porque tenho urgência em respirar?
Vivo como alguém que acaba de correr os 100 metros e não ganhou a medalha. Por isso volto a colocar-me na linha de partida à espera do tiro. Sou aquele tipo de pessoa que sempre achou a maratona uma entediante perda de tempo.
Tenho urgência em ser feliz... Mas ser feliz não se é: está-se... Como ando sempre a fugir de um lado para o outro, não tenho tempo para estar em nenhum lugar.
segunda-feira, 16 de abril de 2007
domingo, 15 de abril de 2007
Banda sonora do meu fim de semana
de dois seres infelizes
talvez d'um magala
quase nem se fala
que há nas meretrizes
quinta-feira, 12 de abril de 2007
quarta-feira, 11 de abril de 2007
Um olhar ao passado
Um bom amigo
Não se esquece rapidamente
Um bom amigo
Recorda-se eternamente
A amizade que dentro de si floriu
A ternura na boca do amigo se ele sorriu
Um bom amigo é aquele que nos dá a mão
Voa connosco, flutuando no ar como um balão
Mas um amigo é muito mais do que isso
É a solução para a solidão
87"
domingo, 8 de abril de 2007
E os manolos????!!
sábado, 7 de abril de 2007
A prepósito de Temer...
quinta-feira, 5 de abril de 2007
Uma canção de Lisboa
Se tivesses vindo pela tardinha
Atrás do sol
Que ancorado no rio
Namora os telhados que a cidade abraça
Acenavas ao dia
Que bocejando num torpor guloso
Escondido no seio das colinas fartas
Tinge o céu numa embriaguez dourada
Se me tivesses acordado de manhãzinha
Arrepiando-me o pescoço
Com o calor do teu hálito
Roubando o lençol do meu corpo usado
Gemidos rasgaram a madrugada
Ecoando na alma da cidade
Nessa manhã me lembro
Que à tarde
Nunca fora tão longe de te ter
À noitinha
quarta-feira, 4 de abril de 2007
Por falar em fantasmas...
Por mais que lhes fale não me ouvem. As minhas palavras embatem contra o muro de silêncio. Mas não desisto. Algures se desfiará uma brecha e talvez então seja estendido o perdão, permitindo a "dança dos gigantes" e o sorriso apaziguador dos "donos do céu". Até lá... no alvo!
segunda-feira, 2 de abril de 2007
Depois quebra-se o silêncio...
Aquele era o tempo em que as mãos se fechavam
E nas noites brilhantes as palavras voavam
E eu via que o céu me nascia dos dedos
E a Ursa Maior eram ferros acessos
Marinheiros perdidos em portos distantes
Em bares escondidos em sonhos gigantes
E a cidade vazia da cor do asfalto
E alguém me pedia que cantasse mais alto
Quem me leva os meus fantasmas
Quem me salva desta espada
Quem me diz onde é a estrada
Aquele era o tempo em que as sombras se abriam
Em que homens negavam o que outros erguiam
Eu bebia da vida em goles pequenos
Tropeçava no riso abraçava venenos
De costas voltadas não se vê o futuro
Nem o rumo da bala nem a falha no muro
E alguém me gritava com voz de profeta
Que o caminho se faz entre o alvo e a seta
(refrão)
De que serve ter o mapa se o fim está traçado
De que serve até à vista se o barco está parado
De que serve ter a chave se a porta está aberta
De que servem as palavras se a casa está deserta
(refrão)
Para que se apaziguem com os vossos fantasmas....
"Entre o alvo e a seta", "bailam gigantes" e "há donos do céu"!