terça-feira, 13 de fevereiro de 2007

Dia dos (Des)namorados

É verdade que se trata de mais uma efeméride cultivada pelo comércio e media... Deixem-me o conforto de acreditar nisto! E pode parecer-vos um acto no mínimo deprimente mas amanhã tenciono comprar o relógio do voodoo... e se me perguntarem na loja com um piscar de olho "É pra oferta, certo?" responderei que sim, é um presente para a pessoa que, para o bem e para o mal, nunca me será apartada, nunca deixará de me compreender e de me aceitar... Quem mais se não Eu, até que a morte nos separe (assumindo a dualidade platónica corpo-alma).
Para quem está neste momento a abanar a cabeça, com um facies levemente complacente a raiar a piedade miserável, relembro que um pouco de egocentrismo nunca fez mal a ninguém. Já dizia o anúncio da Matinal: "Se eu não gostar de mim..." E ter um namorado/a não é passaporte para a felicidade eterna. Quantas pessoas conhecemos que se arrastam em relações moribundas apenas por comodismo ou medo da solidão, esquecendo que temos sempre garantida a melhor companhia do mundo, a nossa pessoa. Pena não lhe dedicarmos o tempo e a atenção que merece.
Este post não é um desabafo invejoso mas antes um tanto ou quanto enjoado. Chega de corações e montras cor de rosa com ursinhos de peluche feitos no Bangladesh... Lanço um apelo aos namorados: sejam criativos e já agora, lembrem-se dos respectivos no resto do ano. Um presente inesperado tem um sabor totalmente diferente... e geralmente a diferença é pra melhor! (Salvo alguns presentes envenenados!!!)
Amanhã é o dia dos namorados ou de S. Valentim, um ícone obscuro que viu a sua santidade chegar à ribalta com o advento dos centros comerciais. Regozijo-me pois, não pertencendo a esse grupo social, disponho de mais 364 dias no ano especialmente dedicados a mim e a quem comigo partilha o mesmo fado. Parece-me um paliativo razoável!

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