quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

O Lado Selvagem

Aqui se fala de um homem que se revolta com a hipocrisia da sociedade e empreende uma viagem ao mais básico e instintivo, ao duelo de si contra si num cenário de Natureza crua e dura, sem os adornos do palco montado pelos humanos.

Um homem que acredita que a felicidade provém da simples experiência sensorial de estar vivo. Um homem que busca o isolamento para se encontrar, a verdade que subsiste ao ser que se priva da futilidade, satisfazendo unicamente as necessidades básicas.

Into the Wild conta-nos de um homem que tenta provar um pressuposto mas confirma precisamente o contrário. "A verdadeira felicidade é a partilhada".

O homem é um ser instintivamente social. Valida-se enquanto ser para alguém. Ao longo do filme o protagonista vive uma série de encontros enriquecedores, presságios da conclusão a que chega só no final.

Motivado por uma vivência de dor e cinismo, desenquadrado da matriz onde cresceu, Alex parte em busca da "verdade" no despojamento, na tentativa de resgatar a sua humanidade.

Alexander SuperTramp, auto-proclamado... morre quando encontra a resposta. Ser para os outros, ser com os outros... aí está o segredo da felicidade. E a verdade do amor.



Into the Wild, bela película adaptada do livro de Jon Krakauer com o mesmo nome, baseada na estória de Christopher McCandless. Palavras escassas mas intencionais. Sensíveis mas despretensiosas interpretações. Banda sonora inspiradora (Eddie Vedder).


Nota: Alguns espectadores desistiram ao intervalo. Certamente estavam à espera de uma versão campestre do "Saw" ou um "The Fast and the Furious - Alaska Drift"... Uiii, má lingua!

1 comentário:

Anónimo disse...

arrisca ser para mim o filme do ano, imperdível para quem entende o cinema como arte e não apenas como 2h30 de estímulos visuais a que se junta o reflexo inato de mastigar milho e sorver ác. carbónico.
Curiosidade à parte, sabes que ele foi encontrado com 30kg de peso?? Impressionante.
Sandra G.