terça-feira, 27 de fevereiro de 2007

A justiça tarda mas não falha...


... às vezes chega atrasada, é certo. Finalmente o reconhecimento de um nova-iorquino com um pé na Cosa Nostra. Curioso o facto do óscar chegar com uma película que retrata os meandros de uma mafia irlandesa, tendo sido inspirada no crime organizado de Hong Kong. Enfim... pormenores internacionais à parte, o filme é bom e o realizador muito melhor. O que não impede de me fazer sentir que a estatueta é entregue numa atmosfera de "... leva lá o prémio que já não podemos ouvir as campanhas pro-scorcesianas!" Até o próprio deixou o seu cunho sarcástico na cerimónia, quando solicitou que verificassem o nome impresso no envelope. Ainda bem que o não fizeram, não fosse materializar-se o fantasma Eastwood.
Por falar neste... estou mesmo convencida que o homem morreu e é o seu espectro que anda a assombrar as telas de cinema! Não gosto do homem, os filmes dele cheiram-me a mofo e naftalina.
Nada a declarar quanto aos actores. Não vi - nem faço tensões - o Dreamgirls (quem é que aguenta meia dúzia de músicas histéricas envoltas em papel de embrulho colorido ?!).
Fiquei com vontade de espreitar "Labirinto de Pan"... já reservei lugar no cinema. Depois digo se vale a pena... Embora valha sempre a pena, se a alma não é pequena. Resta saber como adaptar a expressão quando acreditamos que a alma é tão vasta e grandiosa como o vazio, dado que não passa ela própria de fabulação digna de um filme.

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