quarta-feira, 18 de abril de 2007

Björk - Jóga

Tenho a sensação que vivo urgentemente. Tenho sempre pressa de atingir um fim ou de chegar a algum lugar. Se as horas demoram aborreço-me... Se os dias não me acompanham fico frustrada. Às vezes penso que seria capaz de comemorar a entrada do ano novo na Austrália sentada no meu sofá.

Porquê? Porque sinto que a vida se esgota sem que possa usufruir plenamente dela? Porque tenho urgência em respirar?

Vivo como alguém que acaba de correr os 100 metros e não ganhou a medalha. Por isso volto a colocar-me na linha de partida à espera do tiro. Sou aquele tipo de pessoa que sempre achou a maratona uma entediante perda de tempo.

Tenho urgência em ser feliz... Mas ser feliz não se é: está-se... Como ando sempre a fugir de um lado para o outro, não tenho tempo para estar em nenhum lugar.

2 comentários:

Anónimo disse...

Pensando no escrito, vejo como é útil a minha preguiça e o meu às vezes (demais vezes?) 'dolce fare niente'! A vida é curta mas a velocidade com que a vivemos também nos pode aumentar essa sensação de 'curtez' (isto existe?!). A constante procura e insatisfação são excelentes (fazem-nos andar para a frente!), mas na medida certa (e como a conseguimos?).
Foram só ideias soltas (com muito parentesis...) de uma Peixa k viveu 2 anos numa ilha em k o tempo passava lentamente e onde dava para 'looking for yourself out there' (como sabiamente recomendado!)

faceless disse...

interessante escolha do video de Bjork que fala em "emotional landspace" e é com uma paisagem emotiva que brindas com esta tua entrada no blog. revejo-me naquilo que escreveste, revejo-me na insatisfação, na incessante procura de sensações, lugares, tarefas... o mundo parece-nos sempre ir à frente, corremos corremos e não conseguis alcançar, mas alcançar o quê? corremos mais rápido sem saber bem o que procuramos...