Existem fantasmas debaixo da minha cama... mas não lhes fujo, nem os esconjuro. Interpelo-os. Tecemos um monólogo encenado debaixo dos lençóis, escoltados pelo obsidiante silêncio da noite. Estes fantasmas são fragmentos da minha vida que contornei, voluntária ou involuntariamente. Momentos a que tentei esquivar-me para não sofrer, para não viver... Mas eles estão lá. Debaixo da minha cama ou escondidos no sotão da minha alma, para me relembrarem sempre daquilo que evitei, as fugas magistralmente coreografadas que até a mim própria ludibriam.

Sem comentários:
Enviar um comentário