quarta-feira, 16 de maio de 2007

Carta

Caríssima van cristjan,

Venho por este meio protestar contra o tom cinzento, punjente e deprimente de alguns posts assinados por ti.
Chega de elogios auto-comiserativos. O melodrama é um exercício de estilo deveras... chato! Bhac!!
O sol brilha, é Primavera, etc... O que também significa pólens, alergias e nariz entupido. Mas esqueçamo-los... enxarquemo-nos em anti-histamínicos e gozemos o sol e a renovação da vida.
Um recado: "GET A GRIP!!" Perdoa o inglês mas é mesmo isso que eu quero dizer, não há correspondente à altura no nosso idioma.
Que importa se te falta a luz: acende uma vela aromática, sempre ajuda a perfumar o mundo. O teu discurso miserabilista enjoa. Chega de te vitimizares... a vida não corre como idealizaste? Mas quando é que as coisas correm como sonhamos? Isso é uma utopia... E mesmo que corressem, para que serviam então os sonhos? As noites ficariam repletas de sonos estéreis...
Ninguém te compreende? E tu, compreendes-te a ti mesma?
Sentes-te só? Que ingratidão... e os teus amigos? E a tua família? E tu? Não te bastas a ti própria? Serás assim tão vazia e insuficiente? Há alturas na vida em que todos parecem poucos... quando um por si só é o bastante. Não tens a quem amar? Ama-te. Não tens uma pessoa com quem partilhar os dias? Partilha-os com o mundo. Abre os teus horizontes, expande-te! Para quê esgotar o amor só com uma alma? Isso é uma forma de egoísmo dirigido. O amor replica-se!
Não leves a mal esta carta... só estava um pouco preocupado.

O teu alter-ego,

Vanda

1 comentário:

Anónimo disse...

Faço minhas as palavras do teu alter-ego! Mas não sou tão pessimista como ele: o tom cinzento não é mau, assim vemos melhor o branco e o preto!(?) E fazendo a ponte/a mistura entre dois ditos do murcon: a vida não é só branco e preto, também há o cinzento e imprescendivel à orientação é saber em que tom estamos (ou quando estamos)!
Beijinhos
Peixa