quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

Um verdadeiro pecado...

Eu pecadora me confesso e verdadeiramente me penitencio.

A inveja é um sentimento muito feio... cliché ou não, é um facto. Há sentimentos dos quais nos arrependemos. Sentimentos similares a uma hipersecreção gástrica e talvez daí derive a expressão "verde de inveja"... apesar do verde servir para ilustrar diversas coisas... sendo que o verde neste contexto evoque a bilis... como é que a cor da bilis é a cor da esperança? A esperança é um sentimento... bilioso? Bem, afasto-me da confissão do pecado (ou talvez não!) e do mote deste post.

A esperança devia ser representada pela cor preta: absorve tudo... consome. Quanto ao verde... deixá-lo à mercê das secreções naturais e já agora da própria Natureza.

A inveja... ora bem, é deste ignóbil termo que falamos. Como me sinto um pouco preguiçosa vou pedir ajuda à wikipédia...

"Inveja é o desejo por atributos, posses, status, habilidades de outra pessoa gerando um sentimento tão grande de egocentrismo que renegue as virtudes alheias, somente acentuando os defeitos. (...)
É considerado pecado porque uma pessoa invejosa ignora suas próprias bençãos e prioriza o status de outra pessoa no lugar do próprio crescimento espiritual.
É comumente associada à cor verde, como na expressão "verde de inveja". A frase "monstro de olhos esverdeados" (green-eyed monster, em inglês) refere-se a um indivíduo que é motivado pela inveja. A expressão é retirada de uma frase de Otelo de Shakespeare. Outra expressão muito comumente usada no dito popular, para designar a inveja é a dor de cotovelo."

Cá está a referência cromática... é a teoria da bilis... embora ela nos faça falta... a bilis é uma injustiçada!


Termina-se a explicação com a célebre "dor de cotovelo". Meus amigos, eis o busilis da questão. Este final de 2007 fui acometida por uma algia intensa, insidiosa e constante nessa articulação, o que não deixa de ser irónico. O ano passado por esta mesma altura parti o rádio do membro superior esquerdo. Este ano foi um pouco mais acima... dor dilacerante de cotovelo... dos dois... e mais houvessem.

Sou pecadora porque tenho ignorado as minhas bençãos, focalizada nos atributos, posses, habilidades e status de outra pessoa, mais propriamente o lugar que ocupa na vida de uma terceira pessoa... a inveja também adquire a forma de ciúme, já me fui informar.
Sou pecadora porque uma ou outra manhã acordo desejando estar no lugar dessa pessoa... naquelas manhãs em que me sinto mais fraca, mais pequena e incapaz de me aceitar enquanto ser verdadeiramente abençoado, por tudo aquilo que tenho e que sou. Manhãs estéreis de sonhos...

O reconhecimento e arrependimento pelo meu pecado trar-me-á a absolvição. Preciso tanto de um perdão... sobretudo de me perdoar a mim mesma.

2 comentários:

sofia disse...

A meta é perdoares.te a ti mesma, mas para isso tens de querer caminhar, seguir em frente, abraçares o que tens, para que a vida te possa abraçar com o que ela tem para ti, verdadeiramente para ti. Põe-te a caminho, sabes que estarei ao teu lado para te levantar nas quedas, para te enxugar as lágrimas, e para sorrir contigo um dia quando lermos isto outra vez...

Anónimo disse...

de todos os pecados mortais este é o mais desprezível, não te deixes levar por este sentimento. Mas sempre que sentires o pecado a consumir-te procura os amigos e eles libertam-te do mal!!!!, procurando outra forma de pecar como, por exemplo, através do pecado da gula num qq restaurante da rota internacional...
sandra g