terça-feira, 15 de janeiro de 2008

Filme Policial

Hoje fui personagem num filme, daqueles de verdade...
Fui constituída testemunha em Novembro de 2005, por um desacato familiar no antigo prédio onde eu morava. Quem conhecia o prédio não diria...Repleto de velhotes desde o r/c até ao 3º andar, de tal maneira que nunca se sabia quem estava em casa, se tinha dado o fanico silencioso a algum. Pois bem, confesso que o contexto está descrito da melhor forma... Numa bela noite de Novembro, solta-se a trovoada num dos andares, coisas a partirem-se, melhor, alguém a atirá-las. Uma velhota a gritar "Ó L----- é desta que ele me mata! Socorro!" e nisto olho pelo vão da escada e digno de filme, vejo um homem deitado no chão algemado e dois polícias.
Tendo em conta que estamos em Janeiro de 2008 (3 anos e um filho depois) e com o meu esquecimento precoce e galopante, recordar tais factos revelou-se um exercício ao nível de um sudoku de dificuldade máxima. Entrar na sala de audiência fez-me recordar inúmeros filmes e séries com todo o cenário a rigor...Desde o advogado de defesa do arguido, que parecia um abutre a cobiçar a carne após a presa morrer...Um tótó com um discurso: "se desistir da queixa vamos todos para casa", esquece-se que a senhora ao "ir para casa" teria que levar com o arguido até morrer.
É mesmo como nos filmes, "Declara por sua honra dizer a verdade e nada mais que a verdade?", não havia muito por dizer, tendo em conta a quantidade de dias que se passaram e a distância a que estamos do acontecimento. Olhar nos olhos do arguido foi um momento estranho, uma mistura de lamento com desculpe...Fui interrogada durante um bocadinho, que pareceu horas...Saí da sala a tremer ligeiramente, pelo próprio ambiente, envolto de verdade dura e triste.
Bem, o caso fica na "Balança" até Fevereiro, quando sair a sentença...

3 comentários:

van cristjan disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
van cristjan disse...

Nao obstante a vizinhança, continuarei a assediar-te para fazermos negócio. Além disso, gosto imenso do género policial!

shark disse...

Estas situações são medonhas, sobretudo quando acabamos arrastados para o centro da "acção"...
Faço votos de que o assunto se resolva com o mínimo de lucro para o advogado.