Hoje em dia fala-se muito de "Dependências". É um tema recorrente nos media, em congressos, seminários, jornadas, encontros... e toda a espécie de eventos em que se juntam umas quantas pessoas para ouvirem outras falar sobre um assunto. As primeiras ocupam-se mais de bichanar com o vizinho do lado e comentar o conteúdo da pasta oferecida. As segundas muito focadas em cumprir o seu papel linearmente, impulsionadas pelo ganho curricular da sua iniciativa. Agora aqui que ninguém nos ouve, quantas apresentações são verdadeiramente interessantes? Quantas vão um pouco mais além do que chegar à frente de uma audiência e ler um texto que se escreveu em tom monocórdico e para nosso gáudio ir passando no datashow umas fotos com a natureza fantástica da sua terra natal... Ainda bem que temos as pastas. Um conselho aos tímidos: ir a congressos com companhia para bichanar à vontade, não vá ter-se sentado ao lado do único espectador que está realmente a ouvir a comunicação.
É claro que as sessões científicas não são sempre assim. Ocasionalmente aparecem temas relevantes ou prelectores que sabem o que significa falar em público. Bem, a minha má-língua já me fez divagar...

Importa então introduzir outro conceito: "Adicção". A Adicção é um comportamento compulsivo mesmo quando conhecemos as consequências nefastas. Há uma diminuição da capacidade inibitória do centro de tomada de decisões - cortex frontal - conduzindo à perda de controle e à opção pelo que proporciona um prazer imediato.
Está tudo dito...

Uma grande ovação ao Sr. Dr. Egas Moniz pela proposta da lobotomia frontal. Ele sabia do que falava quando é preciso remendar corações partidos.
Conheço uma pessoa que vai tentar primeiro a psicoterapia de grupo (de amigos...) mas se não resultar: consulta de neurocirurgia!
1 comentário:
Temos de nos apressar a arranjar uma substância substituta para a dependência. É assim, "addicted to love"...
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