terça-feira, 2 de janeiro de 2007

Naufrágio

(sonia serrano)

Um ano passado
Arranco a folha do calendário
E abrem-se as escotilhas
Neste barco ancorado
No porto imaginário

Um ano largado
Sem remorso ou saudade
Salto de olhos fechados
Ao encontro da novidade
Que chega inevitável

O medo que me invada
Instilando o veneno da desconfiança

Naufrago
Nas folhas de um livro ainda por escrever
De um poeta adormecido
Pelos deuses do tempo absolvido
E condenado a viver

Um ano acabado
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