
Aquele que para mim se assume como o sentimento mais intrínseco, é talvez o que pior se traduz em palavras. É difícil expressarmos o que nos é próximo... tem demasiadas implicações, revela excessivamente de nós.
Nunca fui indiferente à vida. Sempre a abracei e abraço, com o mesmo entusiasmo que me impede de lhe dar um fim, pelo menos de uma forma consciente. Embora creia que me vou destruindo, dia a dia, com o sabor amargo que estampa as minhas fantasias.
Nunca fui indiferente aos outros. Pelo contrário, preocupo-me demais com o que pensam e são. Ao ponto de me ultrapassar na busca de um ser mais acessível ao entendimento dos que me rodeiam.
E sinto que até hoje muito me passa ao lado. Tudo me atravessa sem deixar marca, indiferentemente...
Talvez... sou eu que crio expectativas irrealistas de mim mesma, julgando-me superior e por isso uma alma incompreendida por meio mundo. Devia ser um pouco mais indiferente a mim. Ao meu ego voraz que devora os traços espontâneos da minha personalidade. Penso em tudo, planeio até os meus sonhos, controlo cada gesto, meço cada passo... mas estou cansada de tanto calculismo. Chego a julgar que me projectei a mim mesma ainda no ventre materno, sobrepondo-me à própria imprevisibilidade da natureza.
Vivo numa tensão permanente. E tão preocupada em fazer cumprir os desígnios de um destino que eu mesma tracei, que me vejo aos olhos dos outros indiferente.
É esse o meu maior medo. Para ser mais verdadeira, tenho pavor de atravessar a vida sem provocar uma reacção nos outros. É uma criancice minha, entre muitas outras que caracterizam uma castrante imaturidade emocional.
A indiferença é o fantasma que sussurra no meu ombro, o escuro que não me deixa fechar os olhos à noite... amedrontada com a pequenez de uma alma que a razão já não consegue disfarçar.
Nunca fui indiferente à vida. Sempre a abracei e abraço, com o mesmo entusiasmo que me impede de lhe dar um fim, pelo menos de uma forma consciente. Embora creia que me vou destruindo, dia a dia, com o sabor amargo que estampa as minhas fantasias.
Nunca fui indiferente aos outros. Pelo contrário, preocupo-me demais com o que pensam e são. Ao ponto de me ultrapassar na busca de um ser mais acessível ao entendimento dos que me rodeiam.
E sinto que até hoje muito me passa ao lado. Tudo me atravessa sem deixar marca, indiferentemente...
Talvez... sou eu que crio expectativas irrealistas de mim mesma, julgando-me superior e por isso uma alma incompreendida por meio mundo. Devia ser um pouco mais indiferente a mim. Ao meu ego voraz que devora os traços espontâneos da minha personalidade. Penso em tudo, planeio até os meus sonhos, controlo cada gesto, meço cada passo... mas estou cansada de tanto calculismo. Chego a julgar que me projectei a mim mesma ainda no ventre materno, sobrepondo-me à própria imprevisibilidade da natureza.
Vivo numa tensão permanente. E tão preocupada em fazer cumprir os desígnios de um destino que eu mesma tracei, que me vejo aos olhos dos outros indiferente.
É esse o meu maior medo. Para ser mais verdadeira, tenho pavor de atravessar a vida sem provocar uma reacção nos outros. É uma criancice minha, entre muitas outras que caracterizam uma castrante imaturidade emocional.
A indiferença é o fantasma que sussurra no meu ombro, o escuro que não me deixa fechar os olhos à noite... amedrontada com a pequenez de uma alma que a razão já não consegue disfarçar.